domingo, 14 de fevereiro de 2010

ESCOLA ELECTRÃO

Com a sua ajuda conseguimos amealhar quase 4 toneladas de lixo... Estamos muito gratos pela sua colaboração.

ALGUNS CEGOS QUE FIZERAM HISTÓRIA

Cegos ...

... Ou apenas fecharam os olhos,
Ao meu sofrimento!?
E Deixaram-me seguir este caminho,
Onde os meus pés tocam,
Fragmentos de vidro,
Tingindo O Branco de vermelho!
As minhas lágrimas salgadas,
O meu grito de dor,
Tudo em silêncio!
Forçados Foram Estudos!
Decorados Conhecimentos!
Impingida Crítica!
Forcada Imagem!
Nada do que sou!
Nada do que quero ser!
E eles continuam cegos ...
Porque o meu verdadeiro eu
Não conseguem ...
Querem ver ... ou não!

Este pequeno espaço homenageia:

Dimitri - Pintor Cego
"A Limitação está naquilo que Julgamos impossível ..."


John Bramdlitt - Pintor Cego
 "Eu tinha de aprender uma nova forma de escrever. "Eu perdi menos a minha visão do que minha liberdade". "Hoje, para mim uma vida é muito mais colorida do que jamais foi."


Ersef Armagan - Pintor Cego
"Começo a imaginar como formas Daquilo que já toquei. Traduzo, então, essas formas em forma de pintura." "Quero ser lembrado como alguém que foi Capaz de ver o mundo com uma ponta dos dedos. Quero ser lembrado pela minha arte."

Dorina Nowill - Comanda A Fundação Dorina Nowill
"Depois que fiquei cega, comecei a estudar para provar uma Necessidade da Inclusão. Não se separa alguém pelo facto de ser cego. Comecei então a trabalhar visando uma inclusão do cego na vida, na escola e lazer não. "


Helen Keller - Cega e surda, Viveu 88 anos (1880-1968). E Aprendeu a ler, a escrever ea falar Tornou-se conferencista e escritora de referência.
"Várias vezes pensei que seria uma benção se todo o ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias, no Princípio da Vida Adulta. As trevas fariam apreciar mais a visão, eo silêncio ensinar-lhe-ia as alegrias do som. "Eu que sou cega, posso dar uma sugestão Aqueles que vêem: usem os vossos olhos como se amanhã perder Fossem Uma Visão. E o mesmo se aplica aos outros. Sentidos Ouçam uma das vozes da música, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã ficar Fossem surdos. Toquem cada Objecto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; gozem de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários Meios de contacto fornecidos pela natureza (...)."


MUITOS E MUITOS OUTROS PODERIAM SER ALVO DE REFERÊNCIA ... QUEM SABE AQUELE QUE VIVE AO SEU LADO E QUE MUITAS VEZES LHE PASSA DESPERCEBIDO?

Independentemente da nossa diferença, todos nós desempenhamos uma função importante na sociedade, por isso, a palavra de ordem é NÃO À EXCLUSÃO!










VEM ESCREVER O TEU NOME EM BRAILLE

O que é o Braille?
Célula Braille
O Braille é um processo de escrita em relevo para leitura táctil, inventado por Luís Braille (1809-1852).

Compõe-se de 63 sinais formados por pontos, a partir dum conjunto matricial idêntico a uma sena de dominó, ao alto.

Com o Braille representam-se os alfabetos latino, grego, hebraico, cirílico e outros, bem como os alfabetos e outros processos de escrita das línguas orientais; escreve-se o texto vocabular, tanto no modo integral como no estenográfico, a matemática, a geometria, a química, a fonética, a informática, a música, etc.

 Aos 15 anos, Louis Braille dedicou-se a encontrar um sistema que possibilitasse ao cego escrever em relevo, surgindo o sistema que hoje conhecemos como braille.
É curioso constatar que para criar o sistema braille ele inspirou-se nos desenhos em relevo que enfeitavam as selas confeccionadas pelo seu pai, feitos pelo próprio instrumento que o cegou.

Apesar do sistema não ter sido muito aceite no seu tempo, ele evoluiu ao longo dos anos e foi aperfeiçoado, sendo actualmente amplamente utilizado pelos portadores de deficiência visual de todo o mundo para terem acesso à escrita e leitura através do tacto.

Após mais de 150 anos da sua criação, o sistema braille possui um inestimável valor constituindo um contributo essencial aos deficientes visuais.

Foi com base no sistema artesanal que propusemos aos alunos escrever o seu nome em braille e o resultado foi espantoso...

Após uma breve explicação de todo o processo tudo estava pronto...

Para tal precisamos de placas de esferovite, o alfaceto Braille, as respectivas células, e um prego.



E foi ver nascer os Afonsos, os Ricardos, as Carolinas, as Marianas, as Anas, os Paulos, as Alexandras e muitos outtros nomes...
 

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma exposição simples mas rica em saber e pedagogia

"Dizer que o homem é um composto de força e de fraqueza, de luz e de cegueira, de pequenez e de grandeza, não é instaurar-lhe processo: é defini-lo."                                      Denis Diderot


A VIDA DE RAY CHARLES

Este foi o filme que  projectamos aos nosso alunos tinha o intuito de mostrar como a cegueira não tem, necessariamente, de ser uma barreira e o testemunho disto está na vida desta estrela da musica que nos deixou recentemente.

Nascido numa povoação empobrecida na Geórgia (EUA), Ray Charles (Jamie Foxx) ficou cego com sete anos de idade, pouco depois de testemunhar a morte acidental do seu irmão mais novo. Ispirado por uma mãe ferozmente independente, que insistiu que ele encontrasse o seu próprio caminho no mundo, Charles encontrou a sua vocação por detrás do teclado de um piano. Fazendo o circuito musical do velho Sul, o cantor foi ganhando a sua reputação e depois explodiu para a fama mundial quando se tornou o pioneiro na incorporação de influências do gospel, country ou do jazz no seu estilo inimitável.

Ao mesmo tempo que revolucionou a forma como as pessoas apreciavam a música, Ray Charles também lutou contra a segregação racial nos mesmos clubes que o lançaram e apoiou os direitos dos artistas no mundo empresarial da música.

VEM COMER NO ESCURO...



Esta, com certeza, será daquelas experiências que ficará para sempre na categoria das “inesquecíveis”. Afinal, não é todos dias que se almoça no refeitório de uma escola de olhos vendados ao som de Andrea Bocelli! Aliás, quem foi que disse que se come com os olhos?

Alunos e alguns professores aceitaram o desafio e a  experiênia foi comovente e enriquecedora para todos. As reaçãoes de cada um foram diversar. Foi incrícem verificar que quando os olhos eram vendados os gestos que assumiam eram semelhantes aos dos cegos.

A sensação é indescritível. A ausência de luz era completa e todos viviam a experiência de estarem….cegos.

Quando pedimos que esvrevessem numa palavra o que haviam sentido, as palavras foram variadíssimas. PAZ, MEDO, PÂNICO, ESCURIDÃO, DIFICULDADE, AGRADÁVEL, etc.

Uns desistiram, mas a maior parte conseguiu levar o desafio até ao final.




Cegueira Bendita

Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!


Não vejo nada, tudo é morto e vago…
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho…


Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!
Florbela Espanca - A mensageira das violetas